Laje do Muriaé registra pelo menos 2 mil desalojados e 500 desabrigados; Itaperuna continua alagada e com 5 mil desalojados

Nesta terça-feira (3) o prefeito de Laje do Muriaé, no noroeste fluminense, José Eliezer, disse que na cidade há pelo menos 2 mil pessoas desalojadas e outras 500 desabrigadas por causa da cheia do rio Muriaé que corta o pequeno município de quase 8 mil habitantes.

Além das fortes chuvas que atingiram a região o nível do rio já vinha apresentando elevação por conta do grande volume pluviométrico na cabeceira do Muriaé em Minas Gerais. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) chegou a emitir um alerta de transbordamento na madrugada do dia 29 para o dia 30 de dezembro.

Segundo o prefeito a situação é "bem grave" na zona rural, aonde os danos foram grandes. Em entrevista ao site G1, Eliezer ainda disse que o grande número de desalojados é resultado de parte da população residir em áreas de alagamento. "A água atingiu níveis que não tinha atingido antes", relatou.

Os desalojados foram encaminhados para escolas e quadras esportivas que servem como abrigos, enquanto algumas pessoas preferiram ir para casa de familiares.

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Em Laje do Muriaé foram registradas duas mortes em consequência das chuvas no interior do estado do Rio de Janeiro. Durante a madrugada de segunda para terça-feira (3) uma pessoa voltou a sua casa para tentar recuperar documentos, mas como a residência estava molhada acabou escorregando, batendo a cabeça e vindo a óbito, enquanto a outra vítima infartou.

Eliezer ainda declarou que a solução para acabar com o problema seria a construção de uma barragem e um canal para a retirada do excesso de água que passa pela cidade no período das cheias. O projeto existe em parceria com a Secretaria de Ambiente, porém, não há previsão para início das obras, já que o município necessita da liberação dos recursos necessários.

Nesta quarta-feira o nível do rio Muriaé começou a abaixar e já chega a 9,85 m na cidade. A expectativa é de que abaixe ainda mais nas próximas horas.

Itaperuna também sofre com as chuvas e a cheia do rio Muriaé. Na manhã desta terça-feira (3) o rio chegou a marca de 6,44m, ultrapassando em 1,31m o nível do transbordo e deixando alguns pontos de alagamentos. O capitão Joelson, da Defesa Civil municipal, disse que existem cerca de 5 mil pessoas desalojadas e 60 desabrigadas na maior cidade do noroeste do estado.

O Posto de Urgência foi desativado e o Hospital São José do Avaí está atendendo apenas casos graves. O primeiro piso do hospital foi tomado pelas águas e todos os pacientes transferidos para andares superiores, só é possível chegar na unidade através de barco. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) está recebendo os pacientes e encaminhando os mais graves para o São José do Avaí os casos mais urgentes.

Os acessos a Itaperuna estão interditados por causa de alagamentos. Para chegar na cidade somente por um desvio por Bom Jesus do Itabapoana, aumentando o tempo médio da viagem em três horas. Porém, a Defesa Civil pediu para que tanto como carros e caminhões evitem de passar por Itaperuna

A BR 356, que liga Campos a Itaperuna, tem trechos com quedas de barreiras em Italva e outro inundado pelas águas do rio Muriaé e está intransitável, próximo a Cardoso Moreira.

Na cidade de Porciúncula, próximo a Itaperuna, a Defesa Civil continua em estado de alerta. O rio Carangola que corta a cidade está em 4,40m, 90 cm abaixo do nível de transbordo, mas subiu 40 cm em 24 horas. O risco de deslizamento de encostas também preocupa as autoridades do município.

Também no noroeste fluminense, o rio Carangola estabilizou-se em 4,25m na cidade de Natividade. Segundo a Defesa Civil o nível de transbordo é de 5,15m e não registra desalojados ou pontos de alagamentos.

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Fonte: G1, TV Itaperuna e Itaperuna online